CVB e CVC

Corporate Venture Capital e Building: desafios e oportunidades

Abordagens que estão revolucionando o mundo dos negócios, oferecendo caminhos para crescimento e inovação, unindo o melhor de grandes corporações e startups.

Publicado em

20 de dezembro de 2023

20 de dezembro de 2023

Bella Ferreira

Bella Ferreira

O mundo dos negócios está em constante evolução e as empresas estão sempre em busca de estratégias para se manterem competitivas e inovadoras. Duas dessas estratégias são o Corporate Venture Capital (CVC) e o Corporate Venture Building (CVB). Essas abordagens estão revolucionando o mundo dos negócios, oferecendo caminhos únicos para crescimento e inovação, juntando o melhor das grandes corporações e startups.

O Corporate Venture Capital é uma forma de investimento direto em empresas iniciantes ou pequenas empresas inovadoras. O objetivo do CVC é tanto obter retornos financeiros quanto promover inovação estratégica por meio de parcerias com startups disruptivas.

Por outro lado, o Corporate Venture Building é uma prática que permite às empresas criar novos negócios a partir do zero. Em vez de se concentrar apenas em operações existentes, as empresas usam recursos internos para construir novas empresas que alavancam seus ativos e competências existentes.

No CVB, a inovação é gerada internamente. A empresa cria novos negócios que podem explorar novos mercados e oportunidades de negócios, muitas vezes não diretamente relacionadas ao seu negócio principal. Isso também oferece a oportunidade de aumentar o engajamento dos funcionários, já que eles têm a chance de trabalhar em projetos inovadores e desafiadores.

A principal diferença entre as duas estratégias é onde a inovação é focada. No CVC, a inovação vem de fora da empresa através de investimentos em startups externas. Essas startups trazem novas ideias e tecnologias que podem complementar o negócio existente da empresa.

Modelos de negócio em ascensão

Estudos mostram que essa prática tem crescido consideravelmente. Empresas estão adotando o Corporate Venture Building para se manterem na vanguarda da inovação e diversificarem seus portfólios, aumentando assim sua resiliência a longo prazo.

Os investimentos de CVCs no mundo cresceram 142% em relação a 2020, com um recorde de 169 bilhões de dólares, segundo a CB Insights. Só em 2021, 800 bilhões de dólares foram investidos em CVC, um aumento de 13 vezes nos últimos 5 anos.

As organizações investem até 30% da receita em inovação, criando novos negócios, produtos, serviços e  80% das ideias de novos negócios de sucesso vêm dos próprios colaboradores.

Já no Corporate Venture Capital, as empresas veem no modelo uma maneira de se beneficiar de inovações externas e se manterem competitivas em um ambiente de negócios em constante evolução.

Mas os resultados ainda se mantêm aquém das expectativas: O desempenho de novos negócios diminuiu significativamente entre 2012 e 2018, mostrando a necessidade de inovações mais eficientes e estratégicas. Apesar dos desafios como a complexidade organizacional e a previsão das preferências dos consumidores, a inovação continua sendo essencial para atender às necessidades em constante mudança dos consumidores.

Corporate Venture não é pra todo mundo

No recente encontro realizado pela weme com especialistas do mercado de CVB e CVC, os desafios de incluir o modelo de inovação foi amplamente discutido. Paulo Emediato, CMO da Oxygea destacou a importância da preparação adequada para a tomada de decisões rápidas na gestão de uma organização. Isso inclui a apresentação de um material bem elaborado que antecipa possíveis questionamentos e propõe um plano de sinergia, que é essencial para os executivos.

“As organizações não são feitas para inovar, elas são feitas para performar e de forma eficiente. Então, a primeira coisa que você tem que ter é um grau de maturidade em inovação e um portfólio bem estruturado.” Paulo Emediato

Em um mercado que é caracterizado por mais falhas do que vitórias, não é surpresa que 60-70% dos fundos falhem, com 30% tornando-se inativos em 3 anos e 60% falhando em 5 anos. Ao apresentar portfólios, entre 10, sete falharão, duas serão medianas e uma será bem-sucedida. 

“Todo repertório neste mercado contribui, mas para isso tem que ter muita humildade para aprender o tempo inteiro.” Erica Menezes

Os principais desafios do CVB e CVC

As Corporações possuem muitos ativos valiosos, como acesso a mercados, canais, clientes, habilidades tecnológicas e propriedade intelectual. No entanto, muitas vezes carecem de velocidade e criatividade devido à "maldição do estabelecido". Enquanto isso, empreendedores enfrentam desafios distintos para obter resultados de novos negócios.

Muitas vezes vemos um grande foco no processo de inovação, mas pouco planejamento para o sucesso. Quem vai empreender? Vamos contratar de fora ou o financiamento será apenas interno? Vamos validar nosso novo negócio também pelo mercado?

Essas são questões que muitas vezes não são planejadas porque a preocupação se concentra em fazer uma pesquisa ou um projeto piloto. No entanto, o resultado de um novo negócio é que 70% do valor gerado ocorre após a série C, ou seja, após um crescimento considerável.

Portanto, apesar de todo o processo e exploração serem importantes, muitas vezes subestimamos o planejamento para o sucesso. No final das contas, apenas um quinto das corporações consegue escalar seus novos negócios e para cada 250 projetos, apenas um se tornará um unicórnio.

Para Erica Menezes, Head de CVC da Eurofarma, o papel da empresa-mãe é apoiar do início ao fim as statups nesse processo para conquistar resultados.

"O que a empresa-mãe precisa trabalhar muito bem e entregar para as startups é governança. É preciso entregar valor, estar próximo, oferecer ferramentas, compartilhar muito conhecimento e sinergia. Porque, se não, não funciona." Erica Menezes

Embora haja um caminho e muito aprendizado, também há um grande desafio. É um processo de risco, mas é um risco controlado. Falar sobre Corporate Venture é muito mais arriscado do que não fazer nada, pois na prática, as organizações precisam se mover nessa direção.

Porque seguir com o Corporate Venture?

  1. Inovação: O CV permite às empresas permanecerem na vanguarda da inovação, explorando novas ideias e tecnologias. Isso pode ajudar a empresa a diversificar sua carteira e aumentar sua resiliência a longo prazo.

  2. Crescimento: Ao investir em startups externas ou ao criar novos negócios internamente, as empresas podem explorar novos mercados e oportunidades de negócios, o que pode levar a um crescimento significativo.

  3. Talentos: O CV pode ajudar a atrair e reter talentos. Os funcionários podem se sentir mais engajados e motivados ao terem a oportunidade de trabalhar em projetos inovadores e desafiadores.


"Antes de investir é importante ter muito claro porque está investindo e a expectativa após o investimento. O que vamos criar juntos? O que esperar da sua Startup para com a companhia?” Erica Menezes

Ambas as estratégias, CVB e CVC, fornecem às empresas a capacidade de inovar rapidamente, diversificar seu portfólio e se adaptar a um ambiente de negócios em constante evolução.

Como especialistas em construção e estratégia de novos negócios, temos apoiado grandes corporações na estruturação de seus processos e primeiros passos em CVC e CVB.

Entre em contato agora para explorar como a weme pode ajudar sua empresa a liderar a inovação no seu mercado.

Alguns insights deste artigo foram retirados do evento online, realizado no dia 14 de dezembro na weme. Para conferir a conversa completa, acesse o nosso canal do YouTube, clicando no vídeo abaixo: