Produto
4 dicas para tomar decisões de produto e impactar o negócio
Um produto digital é um meio para conseguir impactar o negócio do cliente. Mas como conquistar o tão sonhado Product-Market-Fit?
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Precisamos falar sobre o tão sonhado Product-Market-Fit.
O termo, comumente utilizado para descrever o momento onde uma Startup atinge sucesso, também pode atestar que o produto ou serviço de uma empresa mais madura foi bem aceito pelo mercado.
Marc Andreessen, co-fundador da Andreessen Horowitz ou a16z, um dos principais fundos de venture capital dos Estados Unidos, descreve Product-Market-Fit da seguinte forma:
“Os clientes estão comprando o produto tão rápido quanto você consegue fazê-lo - ou o uso está crescendo tão rápido quanto você pode adicionar mais servidores. O dinheiro dos clientes está se acumulando na conta corrente da sua empresa. Você está contratando pessoal de vendas e suporte ao cliente o mais rápido possível”.
Parece ótimo, certo? Mas e o trabalho de pesquisa e desenvolvimento necessário para chegar até esse momento? Talvez o segredo esteja em cada momento de tomada de decisão.
Na weme, nos preocupamos muito em levar soluções para teste, entendendo as necessidades das pessoas para reduzir riscos no pré-desenvolvimento. Porém, apesar de muito rico, coletar e apresentar os resultados dos testes e pesquisas em si não é suficiente para facilitar a tomada de decisões. Esse momento pós-pesquisa é delicado, já que é nele que surge aquela temida pergunta: "Tá, e daí?"
Para responder essa questão da melhor forma, é preciso um preparo **não somente após** a obtenção dos resultados, mas também durante o planejamento do desafio! Portanto, se você tem interesse em entender como organizamos essa fase do design por aqui, anote as dicas a seguir para tomar melhores decisões de negócio.
1ª dica: Entenda onde está o principal desafio de discovery para o seu negócio
A maioria dos projetos de Design terá foco na descoberta de um problema e/ou de uma solução. Mas, em muitos casos, o foco da descoberta está em outro lugar! Olhando para as perguntas a seguir, fica mais fácil localizar o tipo de discovery que seu negócio está precisando:
Discovery de problema
Esse é o problema correto para resolver para essas pessoas?
Discovery de solução
Essa é a solução correta para esse problema?
Discovery de design de produto
Essa é a forma correta para inserir a solução num produto?
Discovery de adoção
Essa é a forma correta de encorajar as pessoas a usarem a solução?
Discovery de growth
Essa á a forma correta de crescer nosso produto?
Discovery de nicho
Esse é o nicho correto para o qual gerar valor?
Para cada tipo de discovery, existem formas diferentes de se estruturar um projeto.
Uma pessoa especialista em produto deve saber navegar por diferentes frameworks que ajudem a tomar melhores decisões de negócio.
2ª dica: Evite metas de Output, prefira as metas de Outcome
As metas de output são aquelas onde o desenvolvimento da solução é o único objetivo compartilhado com o time. A empresa precisa compartilhar um objetivo de “outcome” ou seja, um cenário desejado que não envolva a solução diretamente. A definição de metas e da estratégia do time de produto é um ponto fundamental para um projeto alcançar o sucesso.
Para trazer um exemplo sobre essa organização de objetivos, o modelo de strategy deployment, descrito no livro “Escaping the Build Trap" da Melissa Perri, é um formato muito interessante. Com ele, fica mais fácil entender em que tipo de meta cada integrante do time de produto deve atuar.
Strategy deployment - "Escaping the build trap" da Melissa Perri
3ª dica: Entenda o que é âncora no projeto, e o que é possível pivotar
A pivotagem ocorre quando uma empresa decide fazer uma mudança estratégica significativa em um ou mais aspectos do seu modelo de negócio para melhor se adequar às necessidades do mercado ou aproveitar novas oportunidades.
Mas, existe um ponto importante sobre a pivotagem: assim como no movimento do basquete, um dos pés não deve sair do lugar! Ou seja, alguns elementos do modelo de negócio devem estar muito sólidos, são as âncoras. Essa ancoragem pode estar no público, na tecnologia, no problema a ser resolvido etc.
4ª dica: Planeje o objetivo do teste de solução
Sempre que conduzimos um teste de solução, queremos obter um tipo de resposta para tomar uma decisão. O formato como você desenha sua prova de conceito, MVP ou outro teste de solução, deve estar ajustado em relação ao tipo de resposta que deseja obter.
Por exemplo:
1 - Melhoria incremental
Nesse tipo de melhoria de produto, geralmente precisamos tomar decisões sobre a adição de uma nova funcionalidade ou de uma melhoria na experiência de uso... talvez alguma correção que ajude a melhorar algum indicador.
É importante planejar os testes tendo um recorte de público para o qual fazer a melhoria, e uma boa prática é começar investigando potenciais problemas na experiência de uso.
O resultado obtido será, por exemplo, feedbacks das pessoas usuárias dizendo o que poderia melhorar no produto ou serviço.
2 - Go No-go
Diferentemente de uma melhoria incremental, na decisão de “Go No-go” precisamos entender se “vale a pena” construir um produto ou feature para atender a um determinado problema, de um ou mais públicos.
Para o planejamento de testes com foco nesse tipo de tomada de decisão, promova um ambiente de testes o mais próximo do real possível. Ou seja, conduza um teste de MVP. Somente dessa forma será possível capturar a real proposta de valor da solução.
Além disso, é importante ter uma definição de sucesso para cada público com o qual a solução será testada. Vamos supor que sua empresa está lançando uma plataforma de assinatura para streaming de música. Um exemplo de meta seria: “obter mais de 100 solicitações de teste gratuito com um anúncio no instagram”.
O resultado obtido será uma resposta mais clara: durante os testes, a solução atingiu a meta proposta ou não?
3 - Comparação e contraste
Neste tipo de melhoria de produto, o problema já está bem claro mas existem várias soluções possíveis como candidatas para atendê-lo.
Nesse caso, o planejamento dos testes envolverá a escolha de 2 ou mais soluções por vez para testar frente a cada problema selecionado.
Apresentando as opções de solução para as pessoas e fazendo perguntas de comparação, será possível obter um comparativo sobre qual das opções atende melhor àquele problema.
Essas são 4 dicas que me ajudam a não esquecer que um produto digital é um meio para conseguir o impactar o negócio do cliente.
E por aí? Quais outras dicas você acredita que podemos colocar aqui?